domingo, 13 de junho de 2010

Reconhecendo limites. Aprendendo a ultrapassá-los


Não, eu ainda não conheço meus limites

Ainda não reconheço - ou aceito - o que de fato sinto

Ainda abro as portas de casa sem checar se as janelas foram fechadas


Sim, eu ainda me machuco, deliberadamente, por escolha própria

Ainda minto pra mim mesma - "auto hipocrisia" é algo deprimente

Ainda sou imatura e impulsiva - aos 30, não sou nada mais que 3 meninas de 10 anos
Ainda choro escondida para não ver o rímel borrado


Mas, se não conheço meu limite, ainda me permito ultrapassá-lo - só sabemos quem somos quando nos testamos o suficiente

Se duvido do que sinto, é por que sentimentos novos ainda são bem-vindos

Se as entradas da minha casa estão abertas, é por que ainda posso ter uma visita inesperada e, quem sabe, surpreendente

Se ainda me machuco por escolha própria, é por que ainda tenho a opção de deixar de fazê-lo

Se reconheço minha auto hipocrisia, é por que ainda tenho esta habilidade - de tudo, este é o sentimento que mais quero expurgar
Se, aos 30, me permito ter 10, é por que ainda posso ver o mundo com os olhos inocentes de uma criança

E, se ainda choro, mesmo que escondida, é por que ainda não possuo a casca intransponível que a vida costuma criar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Desejos



- Que eu encontre nos olhos o brilho que tanto busco. E que eu mantenha este mesmo brilho nos meus;
- Que eu coloque o quanto sou no mínimo que faço. E que eu faça muito mais que o mínimo necessário;
- Que eu tenha discernimento para tomar uma decisão e sabedoria para enfrentar suas consequências;
- Que eu conheça meu limite para avisar com antecedência quando estiverem próximo dele;
- Que eu faça diferença na vida de alguém. E que eu encontre cada vez mais pessoas que façam esta diferença na minha;
- Que eu julgue menos, os outro e a mim mesma;
- Que eu aprenda a focar naquilo que é, de fato, importante. Ainda invisto muita energia no que é desnecessário;
- Que eu saia mais para dançar – a dança é um exercício de entrega;
- Que eu encontre mais meus amigos que vivem longe – a ausência cria mágoas desnecessárias;
- Que eu viva as histórias que leio;
- Que eu me questione menos - e que use este tempo livre para viver mais;
- Que eu deixe as pessoas entrarem em minha vida – ao menos dê pistas de onde estão as chaves que escondo;
- Que eu me descubra mais - com o tempo entendi que tenho um campo ainda vasto para explorar;
- Que eu aceite minhas imperfeições, mas não sossegue enquanto não corrigí-las;
- Que eu lide melhor com o medo de envelhecer – os anos são totalmente imparciais;
- Que eu experimente novas sensações, independente de quais sejam;
- Que eu possa presentear meus amigos com minha alegria e otimismo;
- Que eu elimine a hipocrisia da minha vida - dentre todos, este é o sentimento que mais desprezo;
- Que eu não rechace os conselhos sem nem antes questionar-me sobre eles;
- Que eu transforme minha raiva ou impaciência em vontade de me entender;
- Que eu ame com força e sem medo – e que seja recíproco;
- Que eu ame incondicionalmente e entenda que o amor é algo muito mais sublime do que parece;
- Que o que escrevo possa tocar o maior número de pessoas possível – agradeço a internet por possibilitar esta intenção.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Construindo ou reformando relações reais


Com o tempo aprendi que, nas relações humanas, quase sempre o que parece, é.

Eu, como grande parte das mulheres, tinha o dom de interpretar, erroneamente, algumas atitudes/discursos masculinos. Insistia em acreditar que algo não revelado estava ali presente, que "acho que não estou preparado para me envolver neste momento", era apenas a forma que ele tinha de se proteger da paixão arrebatadora que estava sentindo por mim. Ou que a sua incapacidade total de dar atenção ou carinho estava relacionada com a dificuldade de agenda e não com a falta de prioridade que eu tinha naquela vida desorganizada. Ou seja, costumava criar interpretações/justificativas, da maneira mais florida - e menos dolorida - para aquilo que sempre esteve claro e nítido nas relações.


Quando passei a ter relacionamentos mais maduros, baseados na habilidade de se conhecer o suficiente para poder "se compartilhar" com o outro, entendi que, esconder a verdade de nós mesmos com justificativas fantasiosas, apenas nos custa um tempo precioso em busca da essência da relação, independente ela qual seja.


É bem provável que, o que parece ser um desalinhamento de expectativas, de fato o seja. E o que aponta para uma relação descompassada, com times diferentes ou descoordenados, aponta para a direção certa. Claro, exceções sempre existem, e eu conheço bem o significado da autosabotagem - como quando interpretamos o papel que
nos dá mais destaque ou reconhecimento da plateia. Mas, quanto mais nos conhecemos, nos analisamos, e quanto mais queremos/buscamos uma relação de fato relevante, mais real e verdadeira ela tende a se tornar.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Um ato realmente inaugural


Ontem completei 30 anos . E confesso: não passei por este aniversário de forma leve e tranquila. Definitivamente não foi assim que as coisas aconteceram.

Durante os meses que antecederam o dia 2 de junho, revi conceitos, analisei os fatos, imaginei grandes façanhas não-realizadas e tomei decisões pertinentes para esta nova fase da vida. Neste tempo eu também instiguei meus limites, testei minhas convicções, provoquei amigos e inimigos. Ou seja, quase nada que havia no meu "grande pequeno mundo" saiu ileso deste período.

E, por incrível que pareça, uma sensação libertadora tomou conta de mim hoje, um dia após a minha entrada definitiva ao grupo das Balzaquianas. Uma liberdade que me permitiu retomar algo que há muito venho sentido falta: publicar minhas alucinações quase sempre pertinentes em um blog. É por isso que hoje inauguro "Além dos dedos da mão" - cujo nome retirei de um belíssimo texto do Affonso Romano de Sant'Anna: Fazer 30 anos

Se você chegou até este blog por que me conhece, será um prazer dividir contigo um pouco mais do que já sabe sobre mim. Se você acompanhava o 1daystand - meu antigo blog - poderá perceber que muita coisa mudou desde então - afinal, mais de 3 anos distancia a Daniela de antes e a de agora. Se você caiu aqui por acaso, via google, twiiter ou qualquer coisa que o valha, seja bem-vindo.